Por Coordenadoria de Comunicação Social | 26 de Março de 2019 às 14:8
As novas regras previstas para Previdência Social e quais os impactos que elas terão na vida dos trabalhadores foram as principais questões em debate na palestra “Reforma da Previdência em detalhes e seus desdobramentos no mercado de Previdência Complementar”. O evento foi realizado pela Escola Nacional de Seguros, na última quinta-feira, 21 de março, lotando o auditório da matriz da Instituição, no Centro do Rio de Janeiro (RJ).Os dirigentes da Escola, Robert Bittar (presidente), Tarcísio Godoy (diretor geral) e Mario Pinto (diretor de Ensino Superior) prestigiaram a palestra. As atividades foram abertas por Tarcísio Godoy. “Nossa missão, além de levar conhecimento técnico para os nossos alunos, também é disseminar conhecimento específico para toda a sociedade brasileira. A previdência é um problema de equacionamento entre gerações, entre os que estão aposentados, os que ainda trabalham e os que vão entrar no mercado de trabalho”, pontuou.
O presidente da Comissão de Produtos da FenaPrevi, João Batista Mendes Angelo, iniciou o debate provocando os dois palestrantes com alguns questionamentos. “Por que a Reforma? Por que agora? E por que tanta urgência?”, questionou. De acordo com o professor e pesquisador do Coppead/UFRJ e bolsista do Programa de Apoio à Pesquisa (PAP) da Escola, Carlos Heitor Campani, as respostas passam por uma questão simples, de fechar a conta. “A expectativa de vida atual do brasileiro é muito alta, isso torna o sistema de previdência insustentável”, alertou.
Transferência de renda
Segundo Campani, o sistema precisa ser sustentável no longo prazo e a reforma é um avanço para conquistar esse objetivo. “Se não houver mudanças o dinheiro que precisaremos para pagar as aposentadorias terá que ser retirado de investimentos de outros setores, como saúde e educação”, explicou.
O outro palestrante, Fábio Garrido, que também é pesquisador do Coppead/UFRJ e bolsista do PAP da Escola, ressaltou que os gastos estão crescendo mais do que a economia. Ele também explicou os efeitos que as mudanças propostas terão nas vidas dos trabalhadores. “Precisamos contextualizar a estrutura da proposta e o que está sendo sugerido. O que ocorre com a Previdência é a transferência de renda de quem tem mais para quem tem menos”, disse. João Batista endossou essa opinião. “A Reforma trará benefícios para a população de baixa renda, o objetivo é proteger as camadas mais dependentes”.
Os participantes explicaram ainda o conceito de Capitalização, as formas de contribuição voluntárias e como isso impactaria na arrecadação. “A riqueza precisa ser distribuída da melhor forma possível, por isso é importante que a contribuição seja obrigatória. Além disso, havendo diferentes opções, as pessoas correm o risco de fazer a escolha errada”, destacou Campani.
Além dos cerca de 100 presentes no auditório, o evento contou ainda com a participação de mais de 1.300 internautas na transmissão online, o que demonstrou que o tema é de amplo interesse do público geral. “O debate é fundamental e precisamos ir além nessa discussão”, concluiu Campani.
Pós-graduação
A previdência será um dos temas de maior destaque neste ano no mercado e na Escola. Em São Paulo (SP), a Instituição ministrará a pós-graduação Previdência Complementar Aberta, que terá início dia 20 de maio e visa apresentar informações sobre o funcionamento, aspectos jurídicos, operações e riscos do mercado de previdência privada.
As matrículas devem ser efetuadas no site ens.edu.br, onde outros detalhes estão disponíveis.